domingo, 10 de setembro de 2017

Como parei de comer carne...

Há 10 anos parei de comer carne. Comigo foi um processo bastante lento e muito gradativo, primeiro parei com a carne de porco, depois a carne de vaca, chegando ao frango e por último os embutidos. Não comia muito peixe, mas a partir daí, passei a apreciá-lo em minha alimentação.
Quero contar como foi cada processo:
CARNE SUÍNA: Comecei sentir um gosto muito forte, apesar do cheiro ainda me atrair, ao colocar a carne na boca, tinha uma sensação estranha, parece que me via dentro de um chiqueiro, nada contra o porco, afinal é o habitat natural dele.
CARNE BOVINA: Passados alguns meses, não tinha o mesmo paladar para bifes, mesmo acebolados, que eu adorava, com aquele caldinho misturado no arroz. Mas ainda continuei com carnes com molho, moída ou de panela, mas na verdade eu acabava comendo mais os acompanhamentos, do que a própria carne. Ainda apreciava um churrasquinho com a carne mais suculenta e uma linguicinha tostadinha, mas sempre comi pouco nesses eventos. Sempre adorei fígado de boi, até que um dia, quando estava limpando e temperando, simplesmente me deu um mal estar, que girou tudo e quase caí, não entendi o motivo, mas não consegui comer depois de pronto. Quando percebi, não comia mais nenhum tipo de carne bovina.
CARNE DE FRANGO: Uns dos meus preferidos era frango ao molho pardo, sabe aquele que mistura o sangue no preparo? Com um arroz branco e uma farofinha, era tudo de bom, os miúdos então, que delícia. Mas comecei a ter uma sensação de estar comendo frango vivo, sabe quando colocam água quente para tirar as penas? Aquele cheiro, me dava até enjôo. Agora entendia que um dos desejos que tive, quando fiquei grávida, foi de moela com fígado de galinha, feitos em forma de molho, pedi pra minha mãe fazer e quando destampei a panela e senti aquele cheiro, náuseas e mais náuseas (isto faz quase 20 anos), talvez já estava entrando no processo de eliminar a carne da minha alimentação. Queria comer estrogonofe, mas na verdade só pegava o caldinho com a batata palha, mesmo assim, sentia depois meu estômago pesado. Quando vi, já tinha eliminado frango também.
EMBUTIDOS: Foram os últimos a saírem do meu cardápio, sempre adorei calabresa e bacon, e também a salsicha num cachorro quente. Mas todos eles, me faziam lembrar do tal boi e porco vivos, aquilo parece que crescia na minha boca e passei a não conseguir engolir.
PEIXE: Não gostava muito de peixe, mas por incrível que pareça, quando tirei a carne da minha alimentação, o peixe entrou naturalmente, como se fosse um complemento. Fui conhecer a comida japonesa (peixe cru) e passei a comer ao menos 1 vez por semana salmão e atum.
Me questionava o por quê disso tudo, pra mim não era dó do animal, ou qualquer outra questão ambiental, simplesmente fui perdendo o paladar, me lembro que fazia um curso no sábado, e ao menos uns 2 dias antes, sugeriam não ingerir carne, talvez a questão de ir diminuindo os dias em que me alimentava com carne, facilitou ainda mais o processo. Um belo dia, peguei uma revista VEJA, em que trazia na capa a questão do vegetarianismo, exatamente com a pergunta que eu me fazia: "Por que as pessoas param de comer carne..." Exatamente ali, encontrei a resposta, parte da matéria falava sobre a energia de sofrimento do animal quando vai para o abate, eu me emocionei e entendi que era justamente aquele sentimento que tinha quando eu comia carne. Parece não ter sentido para muitos, mas para mim, fez toda a diferença.
No próximo texto, falarei sobre a questão de cozinhar para minha família, sem a dieta vegetariana. Até a próxima semana!



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Bora iniciar um NOVO CICLO, muito mais amplo, falando não só de alimentação mas também de meditação, gratidão e perdão. Inspiração e insight...